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quinta-feira, 14 de junho de 2012

GOLPE MITLITAR EM GUINÉ BISSAU

Pouco mais de um mês atrás, os guineenses preparavam – se para mais uma campanha para uma segunda volta das eleições presidenciais. Mas os guineenses foram surpreendidos por mais um golpe de estado. Os militares deslocaram-se para as principais ruas da cidade onde se situa a presidência da república e onde é a casa do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, o candidato mais votado na primeira volta das eleições.
Carlos Gomes Júnior, o presidente interino, Raimundo Pereira, posteriormente Chefe das Forças Armadas são presos. Outro dia amanhece com um comunicado do auto denominado Comando Militar justificando que o golpe tinha por objetivo defender as forças armadas de uma alegada agressão de militares angolanos que teria sido autorizada pelos chefes do estado interino, Raimundo Pereira e do governo Carlos Gomes Júnior. O comando militar afirmava estar na posse de um “documento secreto” que teria sido elaborado pelo governo de Bissau dando mandatado as forças angolanas, ao abrigo da União Africana, para atacarem os militares guineenses.  
 As forças armadas Angolanas mantinham armamento pesado, indicando a presença de 14 tanques de guerra e de outros tantos jipes com metralhadoras pesadas.
 Mas tarde o porta-voz do comando militar que tomou o poder na Guiné Bissau disse que foi angola quem levou as forças armadas guineenses a desencadearem o golpe de estado. A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) afirmou que a origem do golpe militar está na presença dos 200 militares angolanos em Guiné Bissau.   
Também se aponta a autoria do golpe a soldados radicalizados da etnia balanta, que tanto podem ter agido por iniciativa própria, como instigados por empresários sul-americanos interessados na desestabilização do país ou instigados pelo segundo candidato mais votado na primeira volta das presidenciais de Março, Kumba Yalá.
A posição do Parlamento Europeu relativamente à Guiné-Bissau tem lugar numa altura em que a União Europeia já tem em curso sanções, tais como a proibição de viajar e congelamento de bens em território comunitário contra aqueles que considera responsáveis pela situação de instabilidade no país, designadamente 21 membros do comando militar autor do golpe de Estado de 12 de abril.
O golpe de Estado na Guiné-Bissau ocorreu na véspera do início da segunda volta da campanha eleitoral para as eleições presidenciais
A reforma das mal equipadas e envelhecidas forças armadas guineenses, que passa pela desmobilização da quase totalidade dos seus efectivos através do pagamento de indemnizações e pensões, é vista como condição prévia à consolidação das instituições de Estado num país fortemente dependente da ajuda e do interesse internacional.

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