Barulho, hiaces, caixas, bidões e muita circulação das pessoas, este é o cenário que se verifica no sucupira na manha do sábado.
Muitas pessoas chegam do interior de Santiago com sacos, balaios e outros. Ao som da música as vendedeiras desembarcam e arrumam os seus produtos. Na porta estão muitos imigrantes Africanos que vivem em Cabo Verde.
Os funcionários das operadoras t+ e cv móvel estão também na porta a procura de clientes.
São muitas pessoas que vão a procura de produtos e muitas também que vão para mais um dia de batalha.
Mandiaye Mbaye não fica de fora. Imigrante Senegalês e vive em cabo verde a 5 anos. Tem uma barraca no sucupira e vende produtos de madeira como quadros, bijutaria, mobiliários e muito mais. Lendo o alcorão livro sagrado da sua cultura, Mandiaye Mbaye conta-nos a sua história e o seu dia-a-dia.
Diz ele que veio a Cabo Verde a procura de trabalho e uma vida melhor, pois lá não tem trabalho para ele e nem como viver. Cabo Verde é o pais ideal para ele porque ganha e come todos os dias e ainda o lucro dá para enviar á família em Senegal.
Cabo Verde é tudo o que ele precisa visto que ele mesmo nos diz que é bem aceite e não sofre preconceito. Apesar de tudo isso Mandiaye Mbaye sente se triste devido a distancia em que se encontra da família. Faz falta mais nas ocasiões de festas e de comemorações afirma ele.
Muitos dos imigrantes africanos vendem ouro, telemóveis e outros trabalhos. Mas ele prefere este trabalho porque ele mesmo o faz e com muito gosto.
Lá no fundo do sucupira assim como Mandiaye Mbaye encontra_ se Sandra Vieira e Audilia Gomes a espera de Irlanda Tavares. Três mulheres batalhadoras e mãe de família. Dos muitos trabalhos que há na sucupira elas preferem embelezar as unhas das mulheres cabo-verdianas.
Segundo elas o salão é o lugar que elas preferem trabalhar. Mas as mesmas não possuem condições de o ter. 150 Escudos é o preço, tanto para as mãos como para os pés, apesar de que elas compram materiais muito carro.·
O lucro não compensa o cansaço nem o custo mais dá para o sustento da família. Segundo Audilia nos conta, muitas pessoas tem receio de pintar as unhas da cor vermelha, isso por causa do preconceito existente em volta das pessoas que pintam as unhas dessa cor. Mas agora esta na moda.
Delcy Freitas é uma das clientes, diz que faz as unhas para se sentir bem. Segundo ela nos conta a mesma prefere fazer as unhas no sucupira porque desde a sua primeira vez foi la. Faz as as unhas 4 vezes por mês se tiver dinheiro, e se não tiver elas o façam porque ela é freguesa.
As horas passam e o espaço onde elas trabalham começa a ficar cheio de gente. A famosa Irlanda chega para mais um dia de arte. De blusa rosa, bolsa rosa que combina com as unhas ela relata nos como chegou a aquele espaço com o objectivo de fazer as unhas. Tudo começa quando uma amiga lhe pede para pinta-la as unhas. Ao pintar as unhas da amiga cada pessoa que passa vê e gosta. Daí muitas pessoas lhe sugere que começa a trabalhar nessa área, afirma a Irlanda.
Começa sozinha e depois chama a Audilia e Sandra para a ajudar devido ao número de clientes. Não fez nenhum tipo formação na área, mas em cada unha ela faz verdadeiras obras de arte, visto que ela mesmo nos diz que cada pé que sobe em cima das pernas da mesma, é uma inspiração nova. começa a fazer ramas depois flores.
E agora diversos desenhos. Desde o começo clientes não as faltam e ela mesma diz “clientes graças a deus todos os dias da manhã a tarde.”
Mandiaye Mbaye, Irlanda Tavares, Audilia Gomes e Sandra Vieira são prova de que a vida é algo que não se encontra em casa, e a procura dela é cada vez mais difícil, mais com bastante optimismo e força de vontade tudo se torna fácil e possível
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